No exercício de seu direito de fiscalizar, enquanto acionista minoritário, a AEPET declarou-se, na última Assembleia Geral de Acionistas (AGE) da Petrobrás, totalmente contrária ao plano de desinvestimentos em curso. Entre outros desmandos da atual gestão, o plano já causou perdas à Companhia da ordem de R$ 200 bilhões.
Durante a AGE, realizada na última sexta-feira (15), a AEPET lembrou que, entre 1999 e 2003, quando Pedro Parente ocupava a presidência do Conselho de Administração da Petrobrás, foram efetivadas várias ações contrárias aos interesses da Companhia, como, por exemplo: a) foram vendidos 36% das ações na Bolsa de Nova Iorque por apenas US$ 5 bilhões, quando valiam mais de US$ 100 bilhões; b) foi deflagrado um processo de desnacionalização da Companhia que chegou a mudar o seu nome para Petrobrax.
Agora, sem licitação, a atual diretoria retoma o objetivo de desnacionalizar e desintegrar a Petrobrás, com desastrosa política de preços e ataque ao fundo de pensão, além das referidas vendas de ativos estratégicos. “Um dos pontos intrigantes dessas vendas perniciosas é que elas acontecem em plena operação Lava-jato, criada para investigar a corrupção na Petrobrás”, observou a AEPET, que apesar de favorável à apuração de qualquer caso de corrupção, comparou o prejuízo apontado em investigações o Sítio de Atibaia e o triplex de Guarujá, que juntos, não chegam a R$ 2 milhões, com as perdas causadas pela atual gestão à Companhia, que recentemente recebeu juiz Sergio Moro para ser homenageado pela atual Diretoria.
Petros
“Dentro da estratégia de desmonte da Petrobrás, para vendê-la ao cartel do petróleo, foi montado um plano de equacionamento de défict do plano Petros, cheio de irregularidades, que é um atentado à vida de 74 mil participantes, além dos seus dependentes”, denuncia a AEPET, frisando que a Petrobrás deve ao plano um valor maior do que o que está sendo cobrado dos participantes. “Mas como domina o Conselho Deliberativo, os conselheiros indicados pela Petrobrás passaram o trator nos eleitos. Foi aprovado um plano de equacionamento que inviabiliza a continuidade do plano”.
Para a AEPET, são dois os objetivos do equacionamento na Petros: 1) tirar da Petrobrás o compromisso assumido com aqueles que a fizeram uma empresa respeitada em todo o mundo, para vendê-la (e também destruir todos os fundos de empresas estatais para privatizá-las); 2) acabar com os fundos de previdência fechada para que os bancos capturem os incautos para aplicarem nos VGBL e PGBL – arapucas que pagam de 50 a 80% do fundo DI. Usam taxas de carregamento e de administração absurdas que reduzem os rendimentos.
Política de preços
Com a atual política de preços, ganham os refinadores norte-americanos, os “traders” internacionais, os importadores de capital privado e as distribuidoras privadas. E a Petrobrás perde com a ociosidade de suas refinarias e a entrega da sua participação no mercado brasileiro de combustíveis. “Perdem também a maioria dos brasileiros que consomem, direta e indiretamente, os combustíveis com preços majorados, a União e os estados federados com os impactos recessivos e da arrecadação causados por preços elevados dos combustíveis”, aponta a diretoria da AEPET.
MP 795
Não bastasse tudo isso, a Medida Provisória nº 795/2017, já em vigor e prestes a ser votada pelo Senado Federal, reduz impostos para as petrolíferas até 2040, gerando renúncia fiscal de R$ 40 bilhões anuais, ou R$ 1 trilhão em 25 anos. Além disto, foi liberado o conteúdo local. Assim, os equipamentos e materiais virão de fora, os empregos que seriam gerados aqui, para engenheiros, técnicos e trabalhadores em geral serão criados no exterior.
“O Governo Temer, segundo o jornalista Glenn Greenwald, logo que assumiu, foi aos Estados Unidos, onde acertou a entrega dos bens do País, inclusive o petróleo do pré-sal e a Petrobrás ao cartel internacional do petróleo. Os 2º e 3º leilões do pré-sal demonstram que isto está sendo cumprido: a Shell comprou 2 blocos pagando os valores irrisórios de 11,53% e 22,87% do óleo lucro à União (no mundo, os países exportadores ficam com 80% do petróleo produzido). Além disto, o edital do leilão é criminoso: o percentual do óleo lucro, que é a parte que toca à União, pode chegar ao irrisório valor de 1% pela tabela nº 17 do edital. Este tipo de tabela é como jabuticaba: só tem no Brasil”, conclui a justificativa de voto da AEPET.
As principais vendas já realizadas e os prejuízos causados:
1. Malha de gasodutos da Nova Transportadora do Sudeste (nts):
Prejuízo: R$ 60 bilhões pelo contrato de 20 anos
2. Venda do Campo de Carcará
prejuízo de US$ 14,5 bilhões (R$ 47 bilhões).
3. Venda de fatias nos campos Iara e Lapa do pré-sal em “alegado acordo de parceria com a francesa Total” por US$ 2,2 bilhões.
prejuízo é da ordem de US$ 25 bilhões (R$ 81 bilhões)
4. Política de preços
Se anuarizarmos o resultado trimestral e projetarmos para 2016 a 2017 a perda total fica em torno de R$ 20 bilhões.
Clique aqui para ler a íntegra do voto da AEPET
Comentários
O que aconteceu? Valores aplicados chegaram a ser MULTIPLICADOS POR VINTE!!!!!
Ou seja, a AEPET é péssima conselheira para investidores que acreditam nela! Ações que sobraram aqui foram oferecidas em NY, onde pessoal não confia na AEPET, né?
Já quanto às mesmas ações oferecidas aos trabalhadores em 2013 (acho), essas foram UM PÉSSIMO NEGÓCIO para esses. No máximo da roubalheira petista, aos trabalhadores que acreditaram restou apenas um enorme prejuízo.
Isso a AEPET sequer cita ...
Recomendo que procure uma instituição financeira para lhe recomendar os melhores investimentos.
O objetivo central da AEPET é defender a Petrobras como está claro no seu estatuto.
Não só não procuro investimentos como não recomendo a ninguém o que não sei, não entendo.
Acho que essa também deveria ter sido a postura da AEPET quando recomendou a trabalhadores internos e externos da empresa NÃO COMPRAR ações da Petrobras quando oferecidas pelo FHC (um ótimo negócio que muitos trabalhadores perderam).
Resumo: quem aventurou-se ao aconselhamento financeiro BURRO e IDEOLÓGICO (sinônimos) foi a AEPET, acho que até você poderia ter percebido isso sozinho, Felipe Brito.
(tem gente que não pode ver uma vergonha que se esforça todo pra passar)
Este espaço não é apropriado para demonstrações de desrespeito como essa.
Recomendo que se você não consegue debater com educação, que procure outro espaço! Esse espaço é dedicado ao debate entre pessoas educadas.
A AEPET tem o objetivo claro que defender o patrimônio da Petrobras em favor da maioria dos brasileiros, portanto, recomendar a compra de suas ações por agentes privados é contra o próprio estatuto da instituição.
Acho que você deveria ler o estatuto da associação antes de dizer que suas recomendações foram burras. A recomendação está totalmente de acordo com o que a AEPET historicamente defendeu.
Ideologia pode ter preço pra você, mas felizmente não compartilhamos dessa visão.
(recomendar para recomendar ficou estranho, concorda?)
Dos meus investimentos cuido eu, e tenho cuidado muito bem, mas isso não está em discussão.
Meu pai sempre disse que "quem fala o que quer, ouve o que não quer". Eu estou sempre preparado para isso. Aconselho que você também aceite essa verdade.
No final, mesmo com os quase TRINTA MILHÕES DE REAIS em palestras, o que está sendo julgado nem é O QUE LULA RECEBEU de Odebrecht, OAS, etc. O que se deve ter em mente é O QUE LULA DEU ÀS EMPRESAS para receber esses dezenas de milhões de reais (isso só o descoberto até agora).
Alguém, em são consciência, acha que essas empresas fizeram caridade ou realmente acha que elas colaboraram com uma pequena parte do que realmente receberam?
Sou TÉCNICO , com muita honra, num país que só se é gente quando se é tem o canudo.
Aproveitando o lado bom dessa crença, porque a AEPET, não encampa uma campanha mais, mais objetiva, mais no corpo a corpo, com a sociedade brasileira, em praça pública, e semanalmente , quinzenalmente RE4PASSA TODAS AS CONSIDERAÇÕES QUE AQUI VEMOS NO DIA DIA , de forma didática para a população simples! UM GRANDE TRABALHO DE CONSCIENTIZAÇÃO, imparcial, PELO BRASIL!!!!
Esse tipo de iniciativa demanda muito tempo e recursos humanos dos quais a AEPET não dispõe.
Nós fazemos o melhor trabalho que podemos fazer, pois somos todos trabalhadores voluntários e, muitos de nós, somos da ativa.
A ideia é muito boa, mas não é factível do ponto de visto da falta de recursos.