Diretoria da AEPET
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Instituída no mesmo mês de outubro, oito anos após a criação da PETROBRÁS, a Associação dos Engenheiros da Petrobrás – AEPET - vem sendo defensora dessa empresa que representa um símbolo da soberania brasileira.
Esta defesa não se manifesta em apoio irrefletido e automático, mas no apoio sempre crítico, que tem por base as diretrizes que nortearam a criação da PETROBRÁS.
Ao ser iniciado o processo que levou à criação da PETROBRÁS, o Brasil era importador de todos derivados, o que motivou o apoio e incentivo da maioria dos militares brasileiros, inclusive pela ação proativa do seu Clube Militar.
Antes de completar os 70 anos, a PETROBRÁS não só era autossuficiente na produção de petróleo (óleo e gás natural) como dos principais derivados. E já colecionava prêmios internacionais por conquistas tecnológicas e pelo pioneirismo das suas atividades, em especial na área do "upstream" (descoberta e produção de petróleo).
A PETROBRÁS foi convidada por governos estrangeiros, em diversos momentos e para diferentes atividades, para levar seu conhecimento aos empreendimentos realizados fora do Brasil. E, muitas vezes, com a PETROBRÁS iam empresas de engenharia e empresas industriais brasileiras.
Os órgãos da estrutura da Companhia que mais contribuíam para este sucesso técnico e financeiro eram os então denominados "Serviço de Engenharia", "Departamento de Exploração e Produção" e, sobretudo, o "Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação Leopoldo Américo Miguez de Mello – CENPES" e a "Universidade Petrobrás (UP)".
Detenhamo-nos na UP.
A UP é herdeira das estruturas corporativas que formaram e desenvolveram especialistas das diversas formações profissionais que compõem o quadro funcional da estatal, desde sua criação em 1953.
O conhecimento requerido para atuação na Companhia fez com que a PETROBRÁS organizasse uma estrutura para formação, especialização e aprimoramento profissional, complementando a formação profissional das universidades e do mercado. A UP foi estrutura fundamental para o sucesso alcançado pela companhia em todas as atividades: exploração, produção, refino, transporte, comercialização e distribuição, petroquímica e na produção de energia elétrica, fertilizantes e biocombustíveis.
Desde 2015, a UP foi desestruturada, perdeu identidade corporativa, equipe, espaço físico, prioridade e reconhecimento.
A Diretoria Executiva da PETROBRÁS aprovou em 6 de abril passado uma alteração nas atribuições e designações da Diretoria Executiva da PETROBRÁS.
Torna-se necessário o debate destas alterações e atribuições.
A recuperação da UP é fundamental para que a PETROBRÁS tenha sucesso nos desafios que enfrenta e enfrentará. Entre eles, destaca-se a necessidade de abastecer o mercado brasileiro aos menores preços possíveis, o aumento da produção de petróleo e dos seus derivados, para suportar o desenvolvimento econômico e social brasileiro, a recuperação da integração vertical e nacional da sua atuação, a recuperação das reservas de óleo e gás natural na medida em que são consumidas, o aumento da sua participação na produção dos biocombustíveis e das energias potencialmente renováveis, a custos de produção competitivos e mais baixos possíveis. E a alavancagem das ações nacionais, da PETROBRÁS e das empresas brasileiras, no exterior.
A promoção e a gestão do conhecimento não é tarefa exclusiva da UP, ela é compartilhada com as unidades operacionais, a engenharia e o CENPES. A organização da PETROBRÁS precisa considerar a importância da sinergia entre todos os segmentos da corporação. Impõe-se a reestruturação do CENPES, com a restauração do modelo de Pesquisa Aplicada, Desenvolvimento e Engenharia Básica, vigentes entre 1976 e 2016, que fortalece a visão integrada da gestão do conhecimento e da inovação.
A AEPET considera que a melhor solução para a organização é ter a UP como gerência corporativa e estratégica, forte e representativa de sua importância, estruturada com metas de longo prazo, autonomia, recursos próprios e planejados, com corpo técnico especializado, focado na sinergia entre todos os segmentos da PETROBRÁS e na visão integrada da gestão do conhecimento e da inovação, no desenvolvimento da capacidade técnica e fortalecimento dos empregados da Petrobrás.
Maio de 2023
Comentários
Atualmente se estuda modificar este critério e acrescentar instrumentos de avaliação dos candidatos e possibilitar o emprego de tecnologia em etapas ou em todo o processo seletivo, com questões em provas objetivas para os cargos indicados.
Empresas que possuem atmosfera explosiva em alto risco de destruir uma instalação não podem colocar pessoas diretamente sem preparo e treinamento desta forma existência da UP é imprescindível.
O conteúdo nacional é um instrumento importante para o desenvolvimento de tecnologia no Brasil, além de gerar emprego e renda. Muitas nações, hoje apontadas como exemplos de eficiência e correspondência, utilizaram este mecanismo para estimular seu parque industrial. Entretanto, esse instrumento deve sofrer um acompanhamento rigoroso do cumprimento das metas e prazos, além do controle de custos, sob pena de ficarmos estagnados ou avançarmos pouco e não evoluirmos como nação industrial.
Se o empregado é importante, RH e UP precisam ser priorizados ao invés de relegados a quarto ou quinto plano. A recente reestruturação não parece ter se lembrado disso, juntaram tudo que acham secundário numa diretoria de nome estranho "Assuntos Corporativos" — como se todos os asssuntos da Companhia não o fossem. Deviam ser claros e chamar de "Diretoria de Outros" ou "Diretoria do Resto".
Tanto a Petrobras investiu na disseminação do conhecimento para sua força de trabalho que recebeu o prêmio CUBE (Corporative University Best Examples), por uma entidade internacional que avaliava diversas UC e premiava a de melhor desempenho.
Hoje, parece que ninguém sabe o que foi o Prêmio CUBE, ganhado por uma empresa brasileira!
Criaram o Proálcool, e deram um impulso gigantesco à Petrobras, que passou a extrair petróleo 10 vezes mais (de 75 mil barris diários, passou a produzir 750 mil); incrementarndo (cont.)
Durante o governo Geisel se ampliou o limite marítimo de 20 para 200 milhas, a atual exploração do PRESAL- (Não fosse essa atitude, quem estaria explorando estas áreas, seriam as empresas estrangeiras, sem nenhum benefício para o Brasil).
Criaram e ampliaram as Universidades Federais e Escolas Técnicas Federais, espalhando-as por todos os Estados da Federação.
Inseriram o Brasil numa disputa ascendente meteórica, elevando-o da posição de 45ª economia do mundo para a posição de 6ª, ou seja, a mesma que se encontrava no passado chegando a registrar na época um PIB anuais acima de 8%, (O Milagre Econômico) semelhante ao que ocorre hoje com a China!!!
Tiraram o sossego da vida ociosa de 13 milhões de brasileiros, que, com a gigantesca oferta de emprego, ficaram sem a desculpa do "estou desempregado".
Em 1971, no governo militar, o Brasil alcançou a posição de 2º maior construtor Naval no mundo.
Embora possam ser feitos alguns ajustes, a empresa investe hoje em desenvolvimento tecnológico e continua crescendo financeiramente.
Esqueça essa história de Brasil se desenvolver, comuna!
Que falta de personalidade!