O Diretor Financeiro Sérgio Caetano Leite apresentou propostas para o novo Planejamento Estratégico da Petrobrás à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC). (https://www.secinfo.com/d17EG1.E1at.htm)
Das propostas podemos apreender não apenas o caminho que se pretende seguir, mas também aqueles que foram descartados.
De "Adequação e melhoria do atual parque de refino" é revelado que não se pretende ampliar o parque de refino ou recuperar as refinarias privatizadas RLAM (BA), REMAN (AM) e LUBNOR (CE).
O "foco em produtos de alta qualidade e de baixo carbono" e o "uso de matérias primas renováveis e desenvolvimento de produtos sustentáveis" no refino, está em contradição com "os ganhos de eficiência" e o objetivo de "estar entre os melhores refinadores do mundo", já que os custos da produção do BioQAv e do Diesel Renovável, a partir de óleos vegetais e gorduras animais, são muito maiores que os custos da produção dos seus congêneres, QAv e Diesel, de origem fóssil.
Em "transição energética justa" e "vanguarda global na transição energética" se pretende "o alinhamento com os pares".
E também em "os investimentos devem ser financiados pelo fluxo de caixa, ao nível dos pares, e preferencialmente por parcerias".
Fica claro que não se pretende aumentar significativamente os investimentos, com políticas de conteúdo nacional. O alinhamento com os pares sugere a submissão da direção da Petrobrás aos interesses e prioridades das petrolíferas estrangeiras.
Infelizmente, nada disso é surpreendente.
Em 11 de novembro de 2022, sob o título "Jean Paul Prates Revelado" ( https://aepet.org.br/w3/index.php/conteudo-geral/item/8455-jean-paul-prates-revelado ) escrevi:
"As opiniões e a atuação histórica do senador Jean Paul Prates (PT-RN) são contraditórias e incompatíveis com as políticas defendidas pela AEPET."
Em 2 de janeiro de 2023, em Nota sobre a indicação de Prates para a presidência da Petrobrás (https://aepet.org.br/w3/index.php/conteudo-geral/item/8581-nota-sobre-a-indicacao-de-jean-paul-prates-para-a-presidencia-da-petrobras), a AEPET reitera:
"O presidente eleito Luiz Inacio Lula da Silva indicou Jean Paul Prates para a presidência da Petrobrás. Antes da indicação, a Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET) revelou declarações e posturas políticas do ex-senador e empresário. Prates foi entusiasta da quebra do monopólio estatal do petróleo exercido pela Petrobrás, no governo FHC, em 1997. Defendeu a privatização da Petrobrás, participou da elaboração da Lei do Petróleo (Lei No 9478/97) e foi redator do Contrato de Concessão. Desde 1991, atuou como empresário e consultor das petrolíferas que pretendiam explorar o petróleo e o mercado brasileiros, através da Expetro Consultoria.
São declarações e posições políticas que não se justificam, ou se apagam, em qualquer tempo ou contexto."
O foco da Petrobrás deveria ser:
Auditoria das privatizações dos seus ativos e a recuperação da BR Distribuidora, das malhas de gasodutos da NTS e da TAG, das refinarias RLAM (BA) e REMAN (AM), das distribuidoras de GLP (Liquigás) e de gás natural (Comgás).
Conclusão do 2o trem da RNEST (PE), do COMPERJ (RJ) e a ampliação do parque de refino.
Retomada e o aumento da produção de fertilizantes, biodiesel e etanol.
Integração vertical com maior participação e operação de unidades petroquímicas.
Alteração da política de preços com o fim dos Preços Paritários de Importação (PPI), adotando preços justos e competitivos, abastecendo o mercado brasileiro aos menores custos possíveis.
Elevação dos investimentos com a adoção de políticas de conteúdo nacional e substituição de importações.
Além do estabelecimento de um plano nacional de pesquisa e desenvolvimento em energias potencialmente renováveis, sob a liderança da Petrobrás.
Felipe Coutinho é engenheiro químico e vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET)
Abril de 2023
Comentários
Se temos “know-how” na geração de energia limpa, o mesmo não se aplica ao padrão subdesenvolvido de consumo energético por habitante.
É por estas entre outras razões que se conclui a insensatez da privatização da Eletrobrás a maior empresa de energia da América Latina, controlando 48 usinas hidrelétricas, 62 usinas eólicas,...
Mas desde que o assunto entrou na pauta que na Aneel a regulação das atividades de produção de usinas eólicas offshore entrou em compasso de espera com a possibilidade de a regulação anunciada para 2023.
A geração eólica para quem a possibilidade da estatal vir a gerar energia em alto mar pode ser considerada uma atividade simples diante da expertise adquirida que a companhia possui e conquistou em águas marinhas.
Entre as possibilidade de produção offshore já existem 66 empreendimentos listados. No Rio Grande do Sul (21 projetos), Ceará (19), Rio de Janeiro (9) e Rio Grande do Norte (8).
A empresa foi privatizada em junho de 2022 na correria, em processo que contou com participação do Executivo, do Congresso Nacional e grupos privados nacionais e estrangeiros.
Portanto com apenas 70 anos de atraso, Vive ainda quando as válvulas das refinarias eram abertas e fechadas por correntes e ele continua preso a estas, não conseguiu automatizar.
Lamentável.
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Pela revogação das privatizações, também criminosas, impostas pelo vendilhão-mor Fernando Henrique Cardoso.
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Por uma Petrobras sem acionistas privados, 100% estatal.
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Estes são pontos cruciais a constituírem um projeto nacional de desenvolvimento para que se possa garantir que o máximo da renda gerada na exploração das riquezas do nosso país seja convertida na melhoria das condições de vida do nosso povo.
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Só assim cada brasileira e cada brasileiro poderão desfrutar da vida digna a que têm direito.
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As privatizações não trouxeram e nunca trarão os benefícios a todo o povo que foram tão alardeados e prometidos pela avassaladora propaganda divulgada pelos privatistas vendilhões da pátria.
Parece que voce não entende nada do negócio Petróleo. Muita bobagem dita o tempo todo!
Quem escreve isso só pode estar de brincadeira ou é um completo ignorante sobre a situação.
Fala sério, pra que vc está querendo aparecer?