O presidente eleito Luiz Inacio Lula da Silva indicou Jean Paul Prates para a presidência da Petrobrás.
Antes da indicação, a Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET) revelou declarações e posturas políticas do ex-senador e empresário. Prates foi entusiasta da quebra do monopólio estatal do petróleo exercido pela Petrobrás, no governo FHC, em 1997. Defendeu a privatização da Petrobrás, participou da elaboração da Lei do Petróleo (Lei No 9478/97) e foi redator do Contrato de Concessão. Desde 1991, atuou como empresário e consultor das petrolíferas que pretendiam explorar o petróleo e o mercado brasileiros, através da Expetro Consultoria. Leia o artigo e a entrevista. [1] [2]
São declarações e posições políticas que não se justificam, ou se apagam, em qualquer tempo ou contexto.
A Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET) defende as seguintes iniciativas relativas ao setor energético e à Petrobrás:
1- Restauração do monopólio estatal do petróleo, exercido pela Petrobrás;
2- Reversão da privatização dos ativos da Petrobrás, destacando a BR Distribuidora, refinarias, malhas de gasodutos (NTS e TAG), distribuidoras de GLP e gás natural (Liquigás e Comgás), produção de fertilizantes nitrogenados (FAFENs), direitos de exploração e produção de petróleo e gás natural e as participações na produção de petroquímicos e biocombustíveis;
3- Reestruturação da Petrobrás como Empresa Estatal de petróleo e energia, dando conta de sua gestão, com absoluta transparência, ao controle do povo brasileiro;
4- Alteração da política de preços da Petrobrás, com o fim do Preço Paritário de Importação (PPI), que foi estabelecido em outubro de 2016, e restauração do objetivo histórico de abastecer o mercado nacional de combustíveis aos menores preços possíveis;
5- Limitação da exportação de petróleo cru, com adoção de tributos que incentivem a agregação de valor e o uso do petróleo no país;
6- Recompra das ações da Petrobrás negociadas na bolsa de Nova Iorque (ADRs);
7- Desenvolvimento da política de conteúdo nacional e de substituição de importações para o setor de petróleo, gás natural e energias potencialmente renováveis;
8- Estabelecimento de um plano nacional de pesquisa e investimentos em energias potencialmente renováveis, sob a liderança da Petrobrás.
As opiniões e a atuação histórica do senador Jean Paul Prates (PT-RN) são contraditórias e incompatíveis com as políticas defendidas pela AEPET. Vamos acompanhar suas iniciativas como presidente da Petrobrás.
A atuação política e programática da AEPET é impessoal e transparente.
A AEPET irá acompanhar as ações e as omissões do futuro presidente da Petrobrás. Nossa associação será capaz de reconhecer méritos, assim como de apontar as deficiências da futura gestão, à luz das propostas publicamente defendidas pela nossa organização.
Janeiro de 2023
*Diretoria da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET)
https://aepet.org.br/w3/
Referências
[1] F. Coutinho, "Jean Paul Prates Revelado," 2022.
[2] C. Lemes, "Entrevista para Viomundo: Engenheiros da Petrobrás contra senador Prates na presidência: "Petrobrás não existiria hoje, se o que ele já defendeu tivesse sido adotado", afirma Felipe Coutinho," 2022.
Comentários
Mas a mim e a milhares de empregados, aposentados e pensionistas da empresa, o que interessa mesmo que este governo (?) faça é se responsabilizar pelo rombo na Petros ocorrido na gestão do PT e acabar com a covardia que é feita com seu principal ativo (no presente e no passado) durante toda sua vida e além, durante4 a vida de seu dependente. Vamos ver se se responsabilizam e arcam com os prejuízos ocorridos de forma alheia aos funcionários.
Avaliem melhor, pois a grande farsa do governante terminal passado foi a venda do patrimônio público por valores muito abaixo das avaliações!
É estranho porque Jean Paul Prates sempre agiu e foi um ativo porta voz dos interesses das petrolíferas privadas, em especial das maiores multinacionais estrangeiras. Incentivou a aceleração dos leilões e a promoção da participação das petrolíferas estrangeiras, opiniões são totalmente antagônicas, contraditórias e incompatíveis com as políticas de recuperação da empresa...
“Nenhum mentiroso tem uma memória suficientemente boa para ser um mentiroso de êxito”
“Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar a alguns por todo tempo; mas não pode enganar a todos por todo tempo” Abraham Lincoln
O novo governo começa mal, fazendo indicações políticas onde não deve e povoando o alto escalão com supostos aliados do Centrão que não trazem votos no plenário sem contrapartidas monetárias.
Esperamos que o nome de Prates seja devidamente rechaçado com base na lei das estatais, que foi criada justamente para prevenir nomeações políticas.
Com relação à lei das estatais, outra excrescência, o cargo de presidente de uma estatal é, e tem que ser, sempre um cargo político. É um engodo crer que se trata de uma cargo "técnico". Não cabe, como já tivemos experiência com o representante dos empregados no conselho de administração, colocar um "cabeça de planilha" pra comandar a empresa. Se seguirmos por esse caminho, não há diferença para o Vendine ou o Parente.
O que deve haver é a prevalência da política do grupo majoritário da coalizão, que esperamos que seja aquela defendida pelo Lula. E aqui entra a nossa lá luta enquanto categoria: mostrar o rumo mais adequado para uma estatal que tem um papel social tão importante para país.
Como indiquei anteriormente, isso é numa escolha política. Portanto, não podemos cair na armadilha de demonizar a política pois isso só nos enfraquece (e é essa a intenção de quem promove esse tipo de descalabro).
Muito menos dá pra ficar sentado esperando que o "companheiro Lula" resolva todos os problemas da Petrobras e dos petroleiros.