também enviadas por outros diretores (Pedro Parente e Nelson Silva), nas quais fala-se muito, mas nenhum número é apresentado para comprovar o que é falado. Apesar de não serem permitidas cópias e muito menos comentários, eles chamam a isto de “diálogo”.
O objetivo desta última carta foi a tentativa de defesa da venda da Nova Transportadora do Sudeste (NTS). Não vou aqui trabalhar este assunto, pois penso que o mesmo já foi bem esclarecido no artigo intitulado: “NTS: crônica de um prejuízo anunciado” www.aepet.org.br/w3/index.php/artigos/item/720-nts-cronica-de-um-prejuizo-anunciado
Resumindo, venderam um ativo que remunerava mais de 20% a.a., para reduzir uma dívida que custa 7% a.a. Que negócio é este?
No entanto, o que me chamou a atenção foi a afirmativa de Monteiro de que a queda nos custos de captação de recursos pela empresa é causada pelo atual modelo de administração da companhia. Ivan Monteiro afirma: “Um dos motivos dessa melhora na avaliação de risco de nossa companhia desde o segundo semestre do ano passado tem sido exatamente o nosso programa de parcerias e desinvestimentos, tendo como grande destaque a venda de 90% de nossa malha de gasodutos do Sudeste (NTS) sic”.
Vejam que esperteza engenhosa. Usam um fato extremamente negativo para os futuros resultados da empresa (venda da NTS), como se fosse fator determinante de um fato positivo (queda de juros ). Tudo para confundir.
Trata-se de um discurso orquestrado, pois o próprio presidente Pedro Parente em diversas entrevistas, tem feito afirmativas idênticas. A Gerente Executiva de Aquisições e Desinvestimentos, Anelise Quintão Lara, em comentário, seguiu a mesma linha.
Ou seja, eles querem que nós acreditemos nesta bobagem. Pedro Parente em entrevista a Miriam Leitão (27/07/2017) destacou isto, enquanto a pseudo-jornalista econômica balançava a cabeça positivamente.
Nada mais ridículo. Nenhum Banco reduz juros para uma empresa como a Petrobras baseado num modelo de administração. Empréstimos são feitos com vencimento em 2040. Até quando Pedro Parente vai continuar como presidente da Petrobras? Vocês sabem dizer ? Até quando Michel Temer vai continuar presidente do Brasil? Vocês sabem dizer?
O que atrai grandes volumes de recursos para a Petrobras e consequentemente a queda nas taxas de juros, é o direito que a empresa tem para exploração de grandes volumes de petróleo, que ela mesma descobriu (pre-sal), aliado a tecnologias, que ela mesma desenvolveu, tornando o negócio viável economicamente.
A atual administração não teve nenhuma participação na descoberta das reservas e muito menos no desenvolvimento de tecnologias e agora cinicamente, quer roubar os direitos dos louros da conquista.
O pré-sal brasileiro, que Carlos Alberto Sardenberg em artigo (2008) disse que: “só existe na cabeça do governo”. Que Miriam Leitão (2009) disse que a Petrobras: “não tem capacidade para extrair petróleo nestas profundidades.”
Este pré-sal brasileiro, que por motivos escusos sempre foi denegrido, hoje é motivo da visita dos abutres, que vem para o banquete ofertado por autoridades constituídas por um golpe parlamentar ilegítimo.
O leilão da ANP, previsto para o próximo dia 27 de setembro, trás ao Brasil representantes de quase todas as grandes petroleiras do mundo que vem reclamar sua parte no butim. E eles não escondem a satisfação. “Pré-sal é onde todo mundo quer estar” diz o presidente da Shell.
“Vai jorrar petróleo” é a visão do CEO da estatal norueguesa Statoil.
Mas por que o povo brasileiro não reage a esta fantástica operação lesa-patria ?
Isto não é difícil de entender, basta rastrear os caminhos seguidos pelos vendilhões da nação.
Depois de tentar denegrir a existência do próprio pré-sal, Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg criaram a mãe de todas as mentiras: “A PETROBRAS ESTÁ QUEBRADA”. Sendo assim ela não tem capacidade para investir no pré-sal que terá de ser entregue para as petroleiras estrangeiras.
Tanto falaram, que a opinião pública brasileira e até mesmo muitos funcionários da própria Petrobras, passaram a acreditar nisto.
Por diversas vezes, Miriam Leitão no Bom Dia Brasil ou por outros meios salientava que a empresa tinha sérios problemas financeiros.
No final de abril de 2016, Carlos Alberto Sardenberg chegou ao cúmulo de afirmar que ou a Petrobras fazia um acordo judicial ou seria necessário aportes do Tesouro para sua sobrevivência.
https://oglobo.globo.com/opiniao/enterrar-de-novo-populismo-19183977
A realidade entretanto era completamente outra, o Tesouro é que almejava os recursos que a companhia sempre gerou em abundância, e no final de 2016 a Petrobras adiantou R$ 20 bilhões para o BNDES, aliviando o caixa do banco.
Os números da Petrobras são públicos e podem ser encontrados no seu site balanços dos últimos 10 anos. Sendo assim retiramos alguns dados financeiros para avaliação.
2016 2015 2014 2013 2012
Saldo de caixa US$ bilhões 21,20 25,06 16,66 15,87 13,52
Liquidez corrente 1,8 1,5 1,6 1,5 1,7
Geração operacional de caixa 26,10 25,90 26,60 26,30 27,04
Qualquer contador ou analista de balanços olhando estes números dirá que esta empresa não tem, nem nunca teve problemas financeiros.
Diversas vezes os referidos jornalistas afirmaram que a companhia tinha uma dívida impagável. Mas uma empresa que tem uma dívida liquida de US$ 97 bilhões, mas tem uma geração operacional de caixa sempre acima de US$ 25 bilhões, não tem nenhum problema na administração da dívida.
Para analisar melhor a situação financeira da Petrobras recomendamos a leitura do artigo “A realidade desafia a estratégia atual da Petrobras”, que compara a situação financeira da empresa com a das principais petroleiras do mundo.
Quem sabe um dia, Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg venham a público se redimir do crime cometido contra a imagem da maior empresa brasileira, bem como perante a opinião pública do país.
Finalmente, resta também um pedido de desculpas do presidente da empresa, Pedro Parente, que sempre que pode insinua (ou afirma) em entrevistas, que recebeu uma empresa com problemas financeiros.
Na realidade o ex-presidente Bendini, quando transmitiu o cargo para Parente, declarou na imprensa: “Estou entregando uma empresa com R$ 100 bilhões em caixa”. O que na época (junho de 2016) equivalia a US$ 27 bilhões.
Infelizmente meu sentimento é que provavelmente em breve, a atual administração da companhia virá a público dizer que recuperou financeiramente a empresa. Uma empresa que na realidade nunca teve problemas financeiros. Pensam que somos idiotas.
Cláudio da Costa Oliveira
Economista da Petrobras aposentado
Comentários
Bom, ignorâncias minhas à parte (por um texto carente de referências, que se assuma isso), as mesmas ignorâncias me impedem de condenar a venda "a priori". A dívida existe, é monstruosa, sabemos quem cavou fundo esse buraco, sabemos que saída é redução de despesas, venda de ativos ou ambos.
Quanto a julgar se venda é construtiva ou deletéria, declaro que li argumentos soltos de um lado, fatos claros mas ainda desconexos de outro. Muito pouco para formar opinião, muito menos crítica.
Aguardo melhores informações ...
Resumo: dívida que chegou a R$500 BILHÕES, se aquela gestão continuasse, teria realmente levado Petrobras à falência. Não garanto total saneamento de tudo aquilo agora, nem tenho essa capacidade. No entanto, que corrupção estratosférica da era petista foi visivelmente reduzida, isso foi mesmo!!!!
Eu concordo com você na afirmação de que a Petrobras é maior do que pensamos e, claro, dela dependemos na ativa e como aposentados. Concordamos também que a ela não está quebrada e que se recuperará de qualquer problema que uns e outros causaram aqui. Ok! Mas acabou-se aí nossa concordância.
Daí pra frente, especifique apenas UMA dúvida sobre o que eu falei para dirigir melhor a minha resposta. Você não acredita na MONSTRUOSA dívida? Não acha que estamos pagando com sangue pelos desvarios do PT+PMDB aqui dentro? Não concorda que dívida chegou a R$500 BILHÕES? Não percebeu que Petrobras prometeu muito mais do que entregou? Que a SETE Brasil foi criada apenas para capitalizar propinas no "conteúdo local"? Que COMPERJ e Abreu e Lima foi caso semelhante?
Especifique!
Acrescento que os 20 bi foram coincidentemente devolvidos ao BNDES ao mesmo tempo que este banco devolvia 100 bi ao Tesouro, que por sua vez, por decisão do interino decorativo, doava 100 bi (contábil) a OI e telefônicas. Lembrando também que estes 20 bi vieram de dois novos empréstimos com um Banco chinês, nem do caixa vieram.