A inflação, embora tenha perdido ímpeto, continua a castigar o bolso dos brasileiros. Em novembro, o IPCA foi de 0,95%, abaixo dos 1,25% de outubro. O índice, porém, leva a alta acumulada em 12 meses a 10,74%, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira 10 pelo IBGE.
Em 12 meses, o IPCA está bem distante do teto da meta perseguida pelo Banco Central, de 5,25% em 2021. O centro da meta é de 3,75%. Para o ano que vem, a projeção do mercado financeiro é de alta de 5,02% no IPCA em 12 meses. A estimativa, mais uma vez, está acima do teto da meta de inflação de 2022, de 5%.
Em uma suposta tentativa de frear a inflação, o Comitê de Política Monetária do BC vem subindo repetidamente a taxa básica de juros, a Selic. Na quarta-feira 8, o colegiado aumentou a taxa em 1,5 ponto percentual, para 9,25% ao ano – foi a 7ª alta consecutiva.
Entre os principais vilões do mês passado estão, mais uma vez, os combustíveis – todos subiram no mínimo 40%. Veja as altas:
Etanol: 10,53% em novembro (69,40% em 12 meses)
Gasolina: 7,38% (50,78% em 12 meses)
Óleo diesel: 7,48% (49,56% em 12 meses)
Gás veicular: 43,67%
Em novembro, 7 dos 9 grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta. O maior reajuste, sem surpresas, é o dos transportes, puxado pelos combustíveis. A contribuição desse grupo representa cerca de 76% do IPCA do mês. Habitação (1,03%) e despesas pessoais (0,57%) também subiram.
Entre as quedas estão os grupos de saúde/cuidados pessoais (-0,57%) e alimentação/bebidas (-0,04%). Neste caso, porém, a variação negativa se deve à alimentação fora do domicílio (-0,25%). A refeição (1,10%) acelerou em relação a outubro (0,74%).
Veja alguns dos principais vilões do grupo de alimentação/bebidas no acumulado em 12 meses:
Pimentão: 54,95%
Açúcar refinado: 51,38%
Café moído: 41,52%
Frango em pedaços: 33,57%
Batata doce: 30,72%
Filé-mignon: 29,66%
Também chamam a atenção, no acumulado em 12 meses, as altas do gás de botijão (38,88%), da passagem aérea (36,53%) e do transporte por aplicativo (35,49%).
Fonte: Carta Capital
Comentários
É a lei de Gerson (Gosto de levar vantagem em tudo, certo). Distribuidoras, usineiros e postos de gasolina aplicam esta lei ao pé da letra, difícil saber quem é mais esperto deles, lembrando que a Raizen (Consan e Shell) são sócias nas usinas de açúcar e álcool - e na rede distribuidora e postos de gasolina bandeira Shell.
As desculpas são muitas. Depois que inventaram essa proporção de 70% do preço da gasolina, o etanol tem aumentado sempre na mesma proporção. Etanol do interior a um preço do petróleo tirados das profundidades do mar ou importado de outros países.
A resposta é mais simples, é pelo motivo que nós brasileiros somos trouxas e aceitamos tudo, no máximo reclamamos em *s como esse...
Os preços do etanol, gasolina, Diesel, GLP, GNV... deveriam refletir o custo real efetivo, jamais se atrelar ao câmbio, uma vez que comprovadamente prejudica o consumidor nacional. Mas então não dariam os superlucros aos acionistas.
Não houve lockdown no Brasil, nada sequer parecido com o que foi feito em países europeus como Alemanha, Espanha, Itália ou Reino Unido. E nesses países a economia já está em recuperação, enquanto aqui estamos andando para trás.
Além disso, o setor de agronegócio foi um dos poucos que cresceu durante a pandemia, porém voltou-se para exportação de commodities deixando ao abandono a produção de alimentos para consumo interno (arroz e feijão tiveram redução de plantio de mais de 50%). Fizeram isso por que o dólar disparou e passou a render mais a exportação.
O mesmo aconteceu no caso dos derivados, que a PB insiste em aplicar preços de mercado internacional EM DÓLAR, mesmo para seus produtos feitos e consumidos aqui no mercado interno.
E dólar alto, meu caro, é culpa da política cambial e da falta de confiança neste governo por parte de investidores.
Vá estudar.