acelerando o processo de retirada de investimentos estratégicos que a empresa tem na região
A Petrobrás informou que vendeu na última sexta-feira (27) a subsidiária que controla duas usinas térmicas no Amazonas. A estatal se desfez da totalidade de sua participação acionária de 93,7% na Breitener para a Ceiba Energy LP. O processo de venda começou no primeiro semestre do ano passado.
A Breitener Tambaqui S.A. e a Breitener Jaraqui S.A. são proprietárias das termelétricas Tambaqui e Jaraqui, localizadas em Manaus, com capacidade instalada de 155,8 MW e 156,7 MW, respectivamente.
O valor da venda é de R$ 304 milhões, sendo R$ 251 milhões a serem pagos em seu fechamento, sujeito aos ajustes previstos no contrato, e R$ 53 milhões em pagamento atrelado à remuneração futura da Breitener na venda de energia.
Segundo nota da representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobras, Rosângela Buzanelli, a negociação foi aprovada pelo CA na mesma reunião que autorizou a venda da Reman, no último dia 25, com voto contrário da conselheira.
"As duas usinas, que geram energia a partir de gás natural e possuem capacidade contratada com a Amazonas Energia, estão sendo vendidas em meio à pior crise hídrica dos últimos 91 anos. Um cenário que traz à tona o temor de enfrentarmos novamente o racionamento de energia e até mesmo os apagões, que vivenciamos há duas décadas", ressaltou Rosângela.
"Mas o principal motivo que me fez votar contra é que a venda da Breitener e, por conseguinte das duas usinas, é mais um passo dado rumo à consolidação da desintegração e saída da Petrobrás da região Norte do nosso país. Um fato lamentável e triste para a companhia e todo o povo brasileiro", afirmou a representante dos trabalhadores.
Eleição do CA
Na sexta-feira, 27, houve nova eleição de oito membros do Conselho de Administração da Petrobrás, mas nada mudou no colegiado. "Os minoritários não obtiveram êxito na estratégia de ampliar o número de cadeiras. O resultado terminou igual ao da assembleia em abril, com a eleição de apenas um representante dos minoritários, Marcelo Gasparino, o mesmo que havia sido eleito anteriormente e renunciado ao cargo, gerando toda essa confusão e forçando um novo pleito eleitoral do CA", informou Rosângela Buzanelli.
Dessa forma, o Conselho se mantém com 11 membros, sendo sete indicados pelo governo federal, três representando os minoritários e um eleito pelos trabalhadores da Petrobrás.
Imprensa da FUP, com informações do jornal A Crítica e do blog de Rosângela Buzanelli | Foto: Divulgação
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Tarifas mais caras, sucateamento das instituições de pesquisa, fragmentação do planejamento em detrimento do interesse público. Estas são algumas das consequências negativas da adoção de uma lógica de privilégio ao mercado no setor elétrico, apontadas por Roberto D'Araújo, diretor do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético (Ilumina).
A causa do apagão do Amapá ficou evidente e totalmente esclarecida é que a empresa não possuía um plano de contingência, sem equipe técnica preparada e equipamentos reservas como transformadores e máquinas para possibilitar o retorno do serviço á subestação, mas a maior punição já foi aplicada pelo governo Bolsonaro ao pagador de impostos, que terá de bancar a conta dos amapaenses.
A crise que foi instalada no Amapá após o apagão é mais uma prova irrefutável disto.
Há mais de 30 anos, à exceção de uns poucos, os diversos governos que se sucederam em Brasília e nos Estados, vêm privatizando, entregando o patrimônio que pertence a todos para o gozo de gordos lucros de uns poucos grandes grupos privados são pagos pelos antigos donos desse patrimônio que passaram a arcar com desemprego maior, salários menores, menos direitos, menor acesso a serviços públicos de qualidade (educação, saúde, saneamento, habitação).
Esses são dados omitidos pela mídia hegemônica e seus comentaristas, mas que o economista Ladislau Dowbor expõe em “Pedagogia da Economia”
Para incautos, inocentes, mal informados ou mesmo otários, temos um governo privatista.
Devemos nos concentrar na produção de petroleo...temos ativos de classe mundial, que exceto os países do oriente medio - onde, mesmo lá, as novas descobertas são velhas - ninguem tem custos potencialmente tão competitivos...
O suprimento de derivados se fará, cada vez mais, por terceiros e por importações diretas...a Petrobras não detem o monopokio e portanto não adianta que governos populistas - como os do PT e o atual - queiram intervir na politica de preços. A Lava Jato, a quem devemos muito, obrigou que as empresas, sobretudo as estatais, criassem mecanismos de compliance que impedem que a gestão esteja ao sabor do populismo...