Na quarta-feira 4, a Petrobras divulgou os resultados financeiros do segundo trimestre de 2021, registrando um lucro líquido de 42,9 bilhões de reais. O resultado é diametralmente oposto ao obtido no mesmo período do ano passado, quando a companhia registrou prejuízo de 2,7 bilhões.
Fruto do crescimento do volume de vendas, do aumento generalizado dos preços de derivados e da elevação das margens de refino, o aumento da receita de vendas foi o principal responsável pelo elevado lucro líquido e, consequentemente, pela antecipação do pagamento de dividendos aos acionistas relativa a 2021, no valor total de 31,6 bilhões. É a maior distribuição de remunerações para os seus acionistas na história da companhia. O último recorde até então havia sido de 29,5 bilhões de reais em 2009, em valores atuais deflacionados pelo IPCA.
Com a economia brasileira dando os primeiros sinais de recuperação pós-pandemia (em relação ao período mais crítico, segundo trimestre de 2020), somados com a atual política de preços da Petrobras, fez com que a empresa obtivesse uma expressiva recuperação das receitas de vendas dos derivados, sobretudo, o diesel, a gasolina e o gás de cozinha (GLP).
Se por um lado, o entusiasmo da atual diretoria da Petrobras, dos agentes de mercado e, sobretudo, de seus acionistas com os resultados econômicos desse trimestre se justificam tanto pelos expressivos lucros alcançados quanto pelo destino dado a riqueza produzida pela empresa. Por outro lado, o consumidor nacional, em especial a população de baixa renda, e os trabalhadores da Petrobras não tem o que comemorar.
Apenas entre o segundo trimestre de 2021 e o mesmo período do ano passado, o preço médio dos derivados praticados pela Petrobras no mercado interno cresceu 102,9%, ao passo que o volume de vendas aumentou 17,5%. Para se ter uma ideia, o preço médio do botijão de gás em junho de 2021 na revenda alcançou 87,40 reais, o que representa 8% do valor do salário mínimo.
Essas elevações nos preços dos derivados têm impacto direto na depreciação do poder de compra da renda dos brasileiros, tal como apontam as recentes altas os indicadores de inflação IPCA e INPC (IBGE), que nos últimos 12 meses (entre jul/2020 e jun/2021) registram alta de, respectivamente, 8,48% e 9,22%.
Os próprios trabalhadores/as da Petrobras sofrem os efeitos nocivos da atual estratégia da empresa. Entre 2016 e 2020, após doze anos de valorização contínua dos salários, os petroleiros/as registram perdas reais acumuladas em seus salários da ordem de 4,5%, segundo o Dieese, mesmo diante de um cenário de baixa inflação. Nesse mesmo período, os dividendos pagos cresceram quase 24 vezes, saltando de 300 milhões de reais, em 2016, para 6,9 bilhões, em 2020. O que levanta uma questão: haverá valorização dos trabalhadores da Petrobras em 2021 ou apenas remuneração dos acionistas?
Os próprios trabalhadores/as da Petrobras sofrem os efeitos nocivos da atual estratégia da empresa. Entre 2016 e 2020, após doze anos de valorização contínua dos salários, os petroleiros/as registram perdas reais acumuladas em seus salários da ordem de 4,5%, segundo o Dieese, mesmo diante de um cenário de baixa inflação. Nesse mesmo período, os dividendos pagos cresceram quase 24 vezes, saltando de 300 milhões, em 2016, para 6,9 bilhões, em 2020.
Em 2021, do total de dividendos distribuídos até o segundo trimestre de 2021 (31,6 bilhões), cerca de 11,6 bilhões (ou 36,8%) irão para o Governo Federal e BNDES; outros 7,7 bilhões (22,7%) para os acionistas privados brasileiros; e, por fim, a maior fatia dessa riqueza produzida (40,6%) irá para acionistas não brasileiros, ou seja, 12,8 bilhões. O que levanta uma questão: haverá valorização dos trabalhadores da Petrobras em 2021 ou apenas remuneração dos acionistas?
Até o presente momento, nota-se que a Petrobras segue privilegiando a maximização de lucros e rendimentos para os seus acionistas em detrimento dos consumidores no Brasil e também seus empregados. O oposto do que advoga sua comunicação institucional quando afirma que seus resultados são "compartilhados com toda a sociedade" .
Por Mahatma Ramos dos Santos e Rafael Rodrigues da Costa, pesquisadores do INEEP
Publicado em Sistema Petrobrás
Comentários
Não havia a necessidade de se abrir o seu controle acionário e não o fizeram, comprovadamente o ápice e o período áureo das estatais e Petrobras e Eletrobrás se deu no período de 1964-1985, nos quais a totalidade dos investimentos em todas as áreas indistintamente eram feitos no Brasil, e não era usada politicamente.
Causa estranheza esta miopia e falta de visão...
Continua sendo o mercado interno doméstico, o que oferece maior potencial de oportunidades mais seguras para investimento e seu desempenho, desde que não seja utilizada indevidamente também politicamente.
Estaríamos indo na contramão da diretriz que os países desenvolvidos estão focando, os investimentos nas matrizes energéticas renováveis, e que deveriam ser o futuro de qualquer nação, lembrando que petróleo é um commodity fóssil não renovável, e seremos lembrados como mal uso do mesmo.
Se tivesse deixado o dinheiro na poupança, que é um péssimo investimento, teria o dobro dos recursos que tenho atualmente.
Análise do presente não necessariamente resgata uma série histórica. A volatilidade nas ações desta companhia são elevadíssimas em função das constantes intervenções governamentais, não sendo recomendável mantê-la no portfolio como investimento de longo prazo.
Dos US$ 224 bilhões exportados em 2019, US$ 118 bilhões (52,7%) correspondem a itens básicos. Em 2018, fatia era de 49,8%.
Produtos classificados como básicos são aqueles que não têm tecnologia envolvida ou acabamento, como minerais, frutas, grãos, carnes, e petróleo (que é uma commodity estratégica).
Segundo o Ministério da Economia, as exportações de itens básicos recuaram 2% no ano passado, ao mesmo tempo em que as vendas externas de produtos industrializados caíram cinco vezes mais (10,3%).
Dentre os industrializados, as exportações de produtos manufaturados sofreram tombo de 11,1% no ano passado, para US$ 77,452 bilhões, ou 34,6% do total.
Já as vendas externas de produtos semimanufaturados recuaram 8%, somando US$ 28,378 bilhões (o equivalente a 12,7% do total. Semimanufaturados são aqueles produtos que passaram por alguma (cont.)
De acordo com o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucaz Ferraz, o aumento de exportações de maior valor agregado, ou seja, de produtos industrializados, seria uma meta do governo Bolsonaro.
Segundo analistas, o Brasil precisa aumentar a exportação desses produtos porque isso pode ajudar na geração de emprego e renda, além de proporcionar faturamento e lucro maiores para os produtores.
Menor superávit em 4 anos
A balança comercial brasileira teve um superávit de US$ 46,674 bilhões em todo ano de 2019, o menor em quatro anos. Há superávit quando as exportações superam as importações feitas pelo país.
Quando entenderem que patriotismo não são cores, mas os compromissos com a verdade, respeito ao próximo, investimento em educação (cont.)
Com esse desgoverno e sua política anti-industrial e anti-desenvolvimentista, o país segue em retrocesso industrial sem rumo e comando, sendo que a queda abrupta pós 86, e que nos falta um estadista altruísta que busque investimentos para o Brasil, voltamos a ser colônia extrativista e dívidas até os próximos séculos, não esquecendo que se tem multiplicado a dívida pública, de 7ª economia do mundo despencamos para a 14ª e na descendente.
Eu também comprei ações! Muito bom!!