O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Todd Chapman, que está se despedindo de Brasília e da carreira diplomática, disse, em entrevista ao Estadão, que não vê como grave a ameaça do general Braga Netto de não permitir a realização das eleições de 2022.
Chapman desconsiderou qualquer possibilidade de golpe: "Para nós, a democracia é inegociável e este (o Brasil) é um país super democrático. Todos que fizeram previsão de que a democracia ia acabar no Brasil erraram sempre".
O embaixador disse ainda que, se há alguma preocupação, não é com ameaças de golpe, mas sim "com mensalão, petrolão, Lava Jato". "O câncer do Brasil é a corrupção", afirmou.
Fonte: Brasil 247
Comentários
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Como membro de um sindicato de trabalhadores, sinto que tenho o dever de repassar o máximo daquilo que aprendi a partir de leituras que tive que fazer e de debates de que fui obrigado a participar para poder cumprir as tarefas de um dirigente sindical.
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Na verdade, eu não faço parte da Aepet e nem mesmo sou petroleiro. Minha categoria é a bancária. Porém, adquiri o hábito de acessar este sítio, porque ele traz matérias e artigos que têm conteúdo, além de opiniões que foram banidas dos órgãos da mídia hegemônica já há muito tempo.
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O certo é que, olhando para a história do Brasil, vamos constatar que essa mídia sempre foi antipovo e entreguista. Vejo o sítio da Aepet como uma excelente alternativa à desinformação e alienação plantadas pela grande mídia.
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De resto, prova-se, por autores estadunidenses mesmo, a que níveis chegam a hipocrisia e o cinismo das autoridades do grande país do norte. “Faça o que eu digo não faça ou que eu faço” poderia ser um slogan a ser adotado por aquelas autoridades.
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Assim, seria recomendável que o tal embaixador fosse expor suas preocupações relativas à corrupção primeiramente em um outro lugar que ele sabe muito bem onde fica. A menos que ele esteja preocupado em eliminar potenciais competidores neste quesito.
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"Ajudei a “limpar” a Nicarágua para os interesses da casa bancária internacional dos Brown Brothers, em 1909-1912. Trouxe a luz à República Dominicana para os interesses açucareiros norte-americanos em 1916. Ajudei a fazer de Honduras um lugar “adequado” às companhias frutíferas americanas, em 1903. Na China, em 1927, ajudei a fazer com que a Standard Oil continuasse a agir sem ser molestada."
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"Durante todos esses anos, eu tinha, como diriam os rapazes do gatilho, uma boa quadrilha. Fui recompensado com honrarias, medalhas, promoções. Voltando os olhos ao passado, acho que poderia dar a Al Capone algumas sugestões. O melhor que ele podia fazer era operar em três distritos urbanos. Nós, os fuzileiros navais, operávamos em três continentes."
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“Passei 33 anos e quatro meses no serviço ativo, como membro da mais ágil força militar do meu país - o Corpo de Fuzileiros Navais. Servi em todos os postos, desde segundo-tenente a general. E, durante tal período, passei a maior parte de meu tempo como guarda-costas de alta classe, para os homens de negócios, para Wall Street e para os banqueiros."
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"Em suma, fui um quadrilheiro, um gangster para o capitalismo. [...] Foi assim que ajudei a transformar o México, especialmente Tampico, em lugar seguro para os interesses petrolíferos americanos, em 1914. Ajudei a fazer de Cuba e Haiti lugares decentes para que os rapazes do National City Bank pudessem recolher os lucros. Eu ajudei a estuprar meia dúzia de repúblicas da América Central em prol dos lucros de Wall Street [...]"
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Os quatro livros são
“A Melhor Democracia que o Dinheiro pode Comprar”, de Greg Palast
“The War is Racket”, de Smedley D Butler
“O Estado Militarista”, de Fred J Cook
“Esta nação corrompida”, de Fred J Cook
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Todos os autores são estadunidenses de nascimento e não consta que possam ser acusados de nutrirem ódio visceral e irracional ao país deles. Inclusive, Smedley Butler era o marine mais condecorado da história dos EUA até a sua morte, em 1940.
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Não tem jeito. Quem lê os livros de Chomsky e dos outros autores citados, não escapará de sofrer um choque, pois será confrontado com verdades que contrariam frontalmente o que a monumental propaganda do sistema dominante despeja, exaustiva e incessantemente, sobre nossos corações e mentes.
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A revista MAD foi um marco da sátira e do humor. Nunca esqueci de uma frase lapidar que Alfred Neumann tascou num de seus números:
“Um país capitalista se faz com homens corruptos e livros caixas rasurados”
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A tática do “ladrão, ladrão”
Em um de seus livros, o linguista e filósofo, Noam Chomsky, diz que o governo dos Estados Unidos se utiliza da tática que qualquer advogado mediano recomenda a seu cliente: “ao ser flagrado com a mão no bolso de alguém, seja o primeiro a gritar ‘ladrão, ladrão’”.
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Resgato essas duas frases para conferir mais ênfase à monumental hipocrisia, expor até onde vai o cinismo do governo dos Estados Unidos ou do Sistema de Poder que domina aquele país.
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Os livros de Noam Chomsky nos dão a ideia, real, do quão diferente do que pregam agem os governos dos EUA. Mas, li outros quatro livros que nos mostram o tamanho da corrupção naquele país.
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Em tempo. Não sou dos que acreditam que lá nos EUA todo mundo é igual e que colocam todo o seu povo num saco. A propaganda lá é tal que a maior parte dos estadunidenses acredita firmemente que os governos de seu país, ou o Sistema de Poder que citei em comentário anterior, age pelo mundo afora com espírito desinteressado e altruísta.
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Também não se trata de ódio, mas de ajudar para que a verdade apareça, mesmo para o povo daquele país, tão alienado. Como eu poderia odiar um país que legou à humanidade gente do calibre de Henry David Thoreau, Mark Twain, Paul Robeson, Martin Luther King, Rosa Parks e muitos outros?
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Os Estados Unidos têm coisas fantásticas, difíceis de serem igualadas e que devem ser exaltadas. Mas têm, infelizmente, coisas abomináveis que, quase sempre são “esquecidas”, quando não escondidas deliberadamente.
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Por óbvio, o Sr Pimenta vai odiar, haja vista que vem em desabono à imagem da pátria que ele tanto adora e do sistema que ele tanto venera.
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Vou trazer um pouco da verdadeira história dos Estados Unidos. Um pouco da verdadeira história da classe dominante daquele grande país. Uma história bastante suja, eivada de intervenções em outros países com o objetivo de se assenhorear das riquezas de outros povos. Abusaram de invasões militares, golpes de Estado, morticínios, suborno e corrupção.
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Ou seja, se esse embaixador diz que o Brasil é um “país super democrático”, podemos começar a entender o contrário do que ele diz.
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A menos que queiramos nos convencer de que rapar os direitos de seu povo a ter algum futuro, à base de “reformas” e privatizações, bem ao gosto do grande capital, uma ínfima minoria, possa ser sinônimo de democracia.
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A quem acredita que entregar tudo ao controle do grande capital, inclusive a política, tem algo a ver com democracia, só resta acreditar também no que diz esse embaixador.