Nações com o porte do Brasil necessitam de uma forte indústria de transformação. "A constatação, tão óbvia e praticamente consensual em todo o mundo, depara-se, ocasionalmente, com inconsistentes contrapontos no país, em contraste com o que se verifica nas nações ricas e nos demais integrantes dos Brics", afirmam, em nota, entidades que representam a quase totalidade do PIB industrial brasileiro.
Os empresários recusam a "visão muito rasa" de que o Brasil deveria se concentrar em supostas vocações inatas, "ou seja, limitá-la ao processamento agroindustrial", como defendeu esta semana o presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Carlos Von Doellinger.
A nota é assinada pela Coalizão da Indústria, composta por Anfavea (automóveis), Aço Brasil (siderúrgicas), Abimaq (máquinas), Abiquim (química), Abiplast (plásticos), Eletros e Abinee (elétrico), entre outras entidades. "Nossa gente merece e pode ter um futuro de desenvolvimento e justiça social", defendem.
"Negar-nos, enquanto economia e nação, a prerrogativa de desenvolver competências e tecnologias significa um retrocesso à jurássica lógica colonialista, resignando-nos à condição de fornecedores de produtos primários e compradores de bens avançados. Essa anacrônica equação sintetiza-se em uma palavra: subserviência."
A nota destaca alguns números: nos últimos seis anos, 36,6 mil fábricas fecharam as portas no Brasil; em 2020, houve encerramento de atividades de 17 por dia.
Outro lado levantado pelos industriais, citando estudo do Movimento Brasil Competitivo (MBC), é que produzir no Brasil custa anualmente R$ 1,5 trilhão a mais do que na média dos países integrantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Fonte: Monitor Mercantil
Comentários
Espero que além de somente apontar números as causas dessa alarmante falta de competitividade sejam CONHECIDAS, AMPLAMENTE DEBATIDAS e ESTUDADAS em busca de soluções.
E mais, aquela máxima que tudo é CULPA DO GOVERNO da vez não cola mais.
Não podemos esquecer que muitas dessas entidades ficaram inertes quando os PTralhas, seus asseclas e uma ELITE EMPRESARIAL APÁTRIDA urdiram o mais escândalo de corrupção da história sobre o nobre pretexto....DESENVOLVER O BRASIL.
No mais, parabéns ao articulista, que mostra como a política macro econômica do governo pode fazer um país crescer (caso do PT) ou ser destruído (caso dos governos golpista e pós-golpista-neo-fascista).
Nesta gastança desenfreada o LEGISLATIVO e o JUDICIÁRIO são um capítulo a parte nessa tragédia brasileira e juntamente com o EXECUTIVO compõem essa "ópera bufa".
INEFICIÊNCIA, GASTAR MAL, CORRUPÇÃO são a tônica do nosso dia a dia sem que os poderes constituídos consigam por um fim ou um mínimo de controle.
Como somos uma DEMOCRACIA, sabemos que essas mudanças tão desejadas só viram pelo voto...então porque essas mesmas associações que reclamam não fazem campanha pra que possamos escolher representantes dispostos a mudar.
PORQUÊ?
Mas pra isso o ESTADO tem de propiciar um ambiente macroeconômico que faça essa "imensa engrenagem" funcionar e no Brasil isto está cada vez mais distante, infelizmente.
Um ESTADO cada vez mais paquidérmico, gastando cada vez mais com a máquina pública e faltando recurso pra o que é essencial.