No Observa BR do dia 11 de novembro, o geólogo e ex-diretor de Exploração e Produção da Petrobras (2003-2012), Guilherme Estrella, foi entrevistado por William Nozaki, coordenador técnico do Instituto de Estudos Estratégicos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (Ineep) e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), sobre o tema "Pré-sal brasileiro: uma história de ousadia e inovação".
Formado em 1964 pela Escola Nacional de Geologia (atual UFRJ), Guilherme Estrella pertence à primeira geração de geólogos no Brasil. Ingressou na Petrobras em 1965, onde ficou praticamente toda sua carreira profissional, atuando no Brasil e no exterior. Dentre suas descobertas, destacam-se as reservas de óleo e gás natural, conhecidas como Pré-Sal, nas bacias de Campos (RJ) e Santos (SP). Seu desenvolvimento profissional se funde com a história da Petrobras. Daí a paixão e propriedade com que fala da empresa e o motivo pelo qual a entrevista merece ser assistida na íntegra.
Ao contar sobre suas opções e interesses, Estrella traça o histórico da empresa. Segundo ele, com impulso do movimento "O Petróleo é nosso", um movimento popular, a Petrobras é fundada do zero, diferentemente das demais empresas estatais da época que tinham sido privadas e depois estatizadas. Conta sobre a descoberta do campo de Guaricema, em 1968, um marco por confirmar a existência de petróleo em plataforma continental, passando pela atuação da Braspetro no Iraque, nos anos 1970.
Sobre o Pré-Sal, indagado sobre a magnitude da descoberta, o geólogo fala que "começa com a fundação da companhia e o seu investimento na formação de sua área técnica tanto de geociências como de engenharia. A empresa desde os primeiros tempos percebeu que a indústria petrolífera necessitava de especialistas, que nem mesmo eram encontrados no exterior". Na verdade, continua, "o Pré-Sal é produto da construção de um sistema industrial, de um projeto de país". Recorda o ineditismo que foi a criação do Centro de Pesquisa (Cenpes) por Leopoldo Américo Miguez de Mello, fazendo a junção da necessidade industrial com a universidade. Fala sobre a subsequente descoberta da bacia de Campos e a criação do Programa de Capacitação Tecnológica em Águas Profundas na década nos anos 1980, e assim outros desafios foram superados.
Estrella frisa que quando assume a Presidência em 2003, Lula sinaliza para a Petrobras que esta reassuma o seu protagonismo no setor de petróleo e gás natural no Brasil, decisão política que considera fundamental para o sucesso da empreitada. Conta a experiência inédita de furar 2 mil metros de sal. "Enfrentamos o Pré-Sal como uma empresa estatal, compreendendo sua função de ferramenta do Estado brasileiro importantíssima na condução de um processo de desenvolvimento nacional", esclarece.
Depois de contar com entusiasmo sobre a história gloriosa da Petrobras, o petroleiro fala sobre as perspectivas do Brasil e conclui que há uma interferência externa para interferir na soberania nacional e acabar com a empresa. "Não é mais nem uma empresa estatal, nem uma empresa privada que atenda aos interesses nacionais", conclui.
Fonte: ObservaBR
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Comentários
Paulo Machado, pare de fumar essa, viu? Tá estragada!
Mais interessante seria se a AEPET perguntasse a ele se, durante Mensalão e Petrolão, Estrella que sempre foi do alto escalão (ou baixo calão?) petista, na roubalheira do PT ele não percebeu nada (=foi imperito, pois deveria ter percebido), foi observador (= conivente, mas também culpado), percebeu que deveria ter interferido e/ou denunciado (= foi negligente, também culpado) ou foi participante ativo (= ladrão sem-vergonha, crime mais grave).
Juntando tudo, é ÓBVIO que ele é CULPADO, só faltando decidir em que grau.
Mas a AEPET, que gosta de cultuar quem quase destruiu a PETROBRAS (Petrobras quebrada é mito, mas quase isso é (foi) a verdade que poucos se recusam a aceitar), segue entrevistando quem tem muito a colaborar, mas em assunto BEM diferente.
Essa outra faceta, a obscura e destruidora, é na qual o Estrella poderia (E DEVERIA) colaborar MUITO.
Mas não, né?
A AEPET deveria se posicionar contra as decisões que pretendem dar cabo da maior empresa do Brasil.
Só contar histórias é do se lamentar.
O nome já diz Associação dos Empregados da Petrobras.
Defendam essa empresa de unhas e dentes. Se lamentar ?????????