Nosso artigo sobre a greve, no dia 18/02, diz: “Na administração Bendine foram feitas desvalorizações de ativos (“impairments”), inexplicáveis sendo R$ 44 bilhões, em 2014; R$ 48 bilhões, em 2015; e R$ 16 bilhões, em 2016, num total de R$ 108 bilhões. Em 2015 o lucro bruto foi de R$ 98 bilhões, o liquido R$14 bilhões, mas, artificialmente, a desvalorização de ativos gerou um rombo virtual de R$ 34 bilhões. Isto levou a grande mídia a dizer que a Petrobrás tinha um enorme rombo, portanto era inviável, e precisava ser privatizada. Bendine dava início ao processo de privatização da Petrobrás: “Bendine garante ritmo forte de venda de ativos da Petrobras em 2016” (O Globo, 15/12/2015).
A mídia hegemônica, que o saudoso Paulo Henrique Amorim chamava de PIG – Partido da Imprensa Golpista, não perde a oportunidade de atacar a Empresa e pregar sua desnacionalização. O jornal Nacional estampa como pano de fundo um oleoduto enferrujado jorrando dinheiro quando fala na Lava-jato. É uma grave agressão à imagem da Companhia. Mas quando se trata de elogiar, o silencio é ensurdecedor: a Petrobrás acaba de ganhar, pela quarta vez, o Oscar da indústria do petróleo, pela tecnologia inovadora em águas profundas, empregada no desenvolvimento do campo de Buzios. A grande mídia não se dignou a publicar uma única linha a respeito.
O balanço da Petrobrás de 2014 mostrou que houve uma corrupção na da ordem de R$ 6,2 bilhões. Somando as corrupções de Temer, Collor e outros, que estão soltos, esse valor é pequeno. Claro que qualquer valor de corrupção é inaceitável, mas agredir e desmontar a imagem de uma empresa que fatura R$ 300 bilhões por ano, sob a alegação de que a corrupção a tornou inviável e impera na Companhia é um tendencioso absurdo.
Para exemplificar e mostrar como a opinião pública é manipulada, vejamos o que diz o editorial de O Globo do dia 21/2/2020:
“Até a década de 70, não era possível associação com empresas privadas para explorar a Bacia de Campos, uma área promissora... Não havia dinheiro para explorá-la”.
“Por ironia da história, o general Ernesto Geisel, ex-presidente da Petrobrás, nacionalista, viu-se obrigado, na presidência da República, a aprovar os “contratos de Risco” com grupos privados. A estatal não conseguiria sozinha avançar naquela região, entendera Geisel. Era o certo, e a Bacia de Campos começou a reduzir grande dependência que o país tinha do petróleo importado”.
Equívoco 1: Os contratos de risco disponibilizaram para empresas privadas, 85% das áreas com possibilidade de existência de petróleo em todo o país. Mas não incluíram a Bacia de Campos, pois esta área já estava descoberta e em desenvolvimento e os contratos de risco eram somente para exploração de novas áreas. Eles incluíram a Bacia de Santos, por exemplo, onde se encontra o pré-sal. Geisel não entregaria uma área já descoberta.
Equívoco 2: durante os 13 anos da vigência dos contratos de risco, a Petrobrás investiu US$ 26 bilhões e achou vários campos na Bacia de Campos; As empresas privadas que integraram os contratantes de risco, investiram apenas US$ 1,2 bilhão, sendo que destes, US$ 900 milhões foram investidos por Paulo Maluf através da aventura com a Paulipetro. Resultado dos contratos de risco: apenas um pequeno campo de Gás, Merluza, situado na bacia de Santos, e não na de Campos, foi encontrado pela Shell.
Em outro trecho, diz o editorial: Assim como foi estratégico (sic) abrir a exploração de petróleo a empresas de fora, é essencial rever o posicionamento estratégico da Petrobrás...A greve indica que pode haver resistências à venda de refinarias...”
Equívoco 3: Não é estratégico vender refinarias. O país precisa é de construir novas refinarias, pois nossa capacidade de refino está cada vez mais defasada em relação à produção. Em 2026, será menos da metade. O que se precisa é incentivar a construção de novas refinarias, mas as empresas não querem. O que elas querem é comprar as da Petrobrás a preços de banana. Isto não ajudaria em nada ao país, ao contrário, só explicita os equívocos sucessivos das direções da Petrobrás.
Finalmente o editorial fecha com “chave de ouro”
“A greve foi suspensa ontem para novas negociações. Porém deve-se entender que o que está em jogo não são 396 empregos, mas a necessidade de a estatal garantir a sobrevivência a longo prazo, o que passa pelo exploração do pré-sal antes que o consumo de combustíveis fósseis comece a cair. Não faz sentido manter negócios inviáveis . O tempo corre. Ou um custo crescente será cobrado da sociedade”.
Equívoco 4: O que está em jogo não são só os 396 empregos, mas o desmonte da Petrobrás através de vendas de ativos estratégicos e Geradores Operacionais de Caixa, a preço de banana, com prejuízo superior a R$ 200 bilhões, como a Distribuidora, a Liquigás, a Gaspetro, as malhas de dutos TAG e da NTS, campos de Carcará, Lapa, Iara; o fechamento de unidades regionais de produção gerando desemprego próprio e de terceiros. A venda de refinarias é outra possibilidade concreta de geração de desemprego.
Equívoco 5: O petróleo não tem substituto em curto prazo. A matriz energética mundial mostra que os combustíveis fósseis respondem, hoje por 81% do fornecimento de energia: carvão, 29%, petróleo 31%, gás natural 21% (subproduto do petróleo). Segundo o Instituto Francês do Petróleo, o petróleo que é o energético mais eficiente, não tem substituto em curto prazo. Além do uso como energia, o petróleo é responsável, como matéria prima da indústria petroquímica, por mais de 3000 produtos que usamos no dia a dia e que chegam a 85% do que usamos diariamente.
Concluímos que precisamos ler a grande mídia com um senso crítico apurado, pois as mensagens subliminares jorram aos borbotões enganando os incautos. O déficit da previdência é outra prova de enganação: O Governo gasta 45% do orçamento para pagar os juros da dívida (já paga varias vezes segundo a auditoria da dívida - Fatorelli) favorecendo meia dúzia de banqueiros, e apenas 25% com a Previdência, em favor de milhões de brasileiros. Mas a Previdência é que foi taxada de vilã da história. Foi feita a reforma acabando com uma série de direitos adquiridos. E a mídia fez uma campanha insidiosa em favor dessa reforma, sempre enfatizando os gastos da previdência, escondendo os gastos do Governo com os juros e serviço da dívida.
Comentários
Vamos lá Aepet, tire a bunda da cadeira e vamos investigar!
Nesse período de stress potencializa as sabotagem industriais por sucateamento e para apagar provas da Lava Jato como $inistros nas unidades RPBC 2012-04-29 queda da Tenda, 2013-01-23 vazamento SO2, 2016-01-09 vazamento propano, 2017.8.7 pane elérica UTE, 2017.8.21 vazamento GLP, 2018/08/20 Explosões REPLAN , 2020.01.15 e 2020.01.31 parada não programada da UFCC RPBC e do compressor de hidrogênio HDT D S-10.
O meu sentimento é que em poucos anos seremos mais uma nação de miseráveis ( pobres), como Somália, Namíbia ou Serra Leoa onde tudo foi roubado. As vezes chego a pensar que o que virá é de interesse de governantes, legisladores e judiciário.
Talvez nao haja mais tempo para mudar...
Em nenhum momento o Justiniano cita a Venezuela como exemplo a ser seguido.
Ele critica a postura do governo atual comparando a Somália, Namíbia e Serra Leoa que têm em comum terem se libertado politicamente mas não economicamente de seus antigos senhores coloniais e pelo fato de suas riquezas minerais continuarem a ser exploradas (expropriadas) pelas suas antigas potencias coloniais.
Quase o mesmo que o Paulo Guedes quer reproduzir por aqui. Virara exportador de minérios, petróleo e produtos agrícolas, indústria nenhuma, país colônia, "plantation".
- Equívoco 7:
A AEPET ainda permitir que algo feito de você, autêntico detrito proteiforme, permaneça enlameando este espaço com amontoados fecais que, por certo, retira da única matéria que pode haver em sua cabeça!