Em entrevista ao AEPET Direto, o Conselheiro Fiscal eleito da Petros e presidente da APAPE, Paulo Teixeira Brandão, faz um histórico da batalha jurídica envolvendo o equacionamento do déficit da Petros. Brandão, que também é diretor Ad Hoc da AEPET, informa sobre as recentes decisões dos magistrados.
"A primeira recomendação é aguardar o resultado do recurso apresentado pelo patrono da ação civil pública da FENASPE e suas afiliadas, entre elas a AEPET e a APAPE, junto ao Superior Tribunal de Justiça – STJ, visando restabelecer os efeitos da decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro". O TJ-RJ estabeleceu a redução em 50% do valor das contribuições para PED, para todos os associados a nível nacional. "Dependendo dessa decisão dos ministros do STJ, serão organizados eventos em várias capitais para orientação complementar", orienta.
Quando e porque a Petros começou a apresentar déficits?
Fácil de entender, porque de 2007 a 2012 ocorreu superávit acumulado em cerca de R$ 3 bilhões e, a partir de 2013 a 2015, com a falência da macroeconomia do País, ocorreu enorme desvalorização dos patrimônios dos planos administrados pela Petros e foram realizados ajustes que o Conselho Fiscal denunciava há anos nas causas estruturais, como o envelhecimento dos participantes e assistidos, ajustes na composição familiar deles e ajustes no pagamento dos benefícios por decisão administrativa. As denominadas causas conjunturais decorrentes da macroeconomia e as estruturais elevaram exponencialmente o déficit acumulado, muito mais do que o efeito negativo dos investimentos. Demonstramos isso quando publicamos a matéria sobre “abertura da caixa preta”.
A Petros vai quebrar?
Vou repetir o que digo há cerca de 20 anos. A Petros, ou melhor, o Plano Petros do Sistema Petrobras não quebra nunca, porque sempre existirá a forma para mantê-lo como de Benefício Definido. Agora mesmo, um Grupo de Trabalho, criado pela Petrobrás para encontrar justamente a solução para o modelo implantado – o PED assassino - deve enviar relatório conclusivo indicando a forma alternativa para o equacionamento para o Plano não quebrar.
Qual o melhor caminho para equacionar os déficits?
O melhor caminho é idêntico ao adotado pelas famílias quando a renda familiar e os rendimentos de sua poupança não conseguem mais suportar o padrão de vida do grupo, sem a parceria de outrem (no nosso caso as patrocinadoras), que é reduzir temporariamente suas despesas e aumentar de alguma forma a fonte de renda. Deve ser também ser mantida a cobrança das dívidas das patrocinadoras e a recuparação de investimentos até que dias melhores possam possibilitar uma recuperação do padrão anterior. É justamente o que deve propor o relatório do GT Petrobrás com a indicação de uma alternativa perfeitamente suportável pelo grupo de participantes e assistidos que optarem pela solução.
O que é o plano Petros 3 e o que está por trás da proposta de equacionamento apresentada pela Petros?
O Petros 3 é uma proposta de novo plano do tipo Contribuição Definida (CD) solicitada pela Petrobrás e desenvolvido pela Petros, que não teve origem nos trabalhos técnicos do GT Petrobrás. O objetivo é a retirada da participação das contribuições das patrocinadoras e responsabilidade de cobertura aos benéficos concedidos e mantidos. Trata-se de um plano no modelo usado por bancos e seguradoras onde o risco total é dos participantes.
O que a APAPE, AEPET e demais filiadas da FENASPE estão fazendo em relação a isso?
Vão aguardar a apresentação oficial, ou seja, quando os regulamentos do Petros 3 e dos alternativos R e NR estiverem aprovados por todos os órgãos governamentais competentes, e com simuladores definitivos, estiverem oficialmente apresentados para opções dos participantes e assistidos dos Planos R e NR, para em eventos e palestras transmitidas apresentarem, com assistência jurídica, as vantagens e desvantagens de cada opção oferecida, para que cada associado seja muito bem informado para tomar sua decisão individual, visto que será ela irrevogável e irretratável.
Como avalia o comportamento da PREVIC nessa história?
A PREVIC está acompanhando o desenvolvimento dos trabalhos realizados pelo GT Petrobrás e ao receber da Petros os regulamentos dos alternativos exercerá seu papel fiscalizador, com vistas a não permitir que as possíveis migrações acarretem problemas para a sustentação dos direitos acumulados dos que não aderirem aos oferecidos, bem como se os que migrarem terão também terão seus direitos preservados nas com base nas novas modalidades oferecidas. Considerando essas premissas básicas é que as assessorias atuariais e jurídicas dos membros do GT Petrobrás fizeram seu trabalho.
Muitos participantes estão esperando novidades, principalmente aqueles que continuam a ser descontados... Que recomendações daria para eles?
A primeira recomendação é aguardar o resultado do recurso apresentado pelo patrono da ação civil pública da FENASPE e suas afiliadas, entre elas a AEPET e a APAPE, junto ao Superior Tribunal de Justiça – STJ, visando restabelecer os efeitos da decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que estabeleceu a redução em 50% do valor das contribuições para PED, para todos os associados, em nível nacional. Dependendo, então, dessa decisão dos ministros do STJ, serão organizados eventos em varias capitais para orientação complementar.
Comentários
Questionei por email e me informaram para que é feita a pesquisa!! Resposta padrão! Não dizem quanto custa! Total absurdo!! Todos sabem que a insatisfação é grande! Para que gastar com pesquisa???
"A justiça é a prostituta do poder, faz o que ele quer".
Ocultar esta tragédia, é:
1 Apoiar este roubo.
2 Ocultar a verdade
3 Ser cúmplice deste CRIME.
Espero que mudem sua atitude de desrespeito aos participantes do fundo.
Att.
88) Ronaldo Tedesco Vilardo que, na condição de membro do Conselho Deliberativo da Petros, concorreu diretamente para ocorrência do prejuízo financeiro ao aprovar de forma, no mínimo, culposa a aquisição e a alteração da precificação das ações Itau S/A em detrimento ao patrimônio da PETROS;
Durante anos as Patrocinadoras do plano Petros, terceirizaram grande parte de seus serviços.
Com isso, não ocorreu a contribuição necessária para a Petros.
Além disso, as várias ações judiciais que poderiam ser evitadas descapitalizaram a Petros.
O STF hoje através da PEt-7755, bloqueia a ação da RMNR, que trata da correção dos cálculos dos níveis.
Essa ação como outras seriam uma opção de restabelecimento das contribuição para a Petros.
Atenciosamente,
Jorge Luiz M Mendonça.
ex-Advogado da Petros
Caros Colegas, quero acrescentar aqui a absurda taxa cobrada pela Petros para administrar mal nosso patrimônio. Essa taxa cobrada é um absurdo.
E que tal o Sr. Paulo Brandão explicar melhor as perdas da PETROS com negociações com o Itaú a valores bem acima dos praticados no mercado?
Seria interessante saber a participação dele concordando ou discordando na época e hoje.
Também nem uma palavra sobre correr atrás de processar dirigentes envolvidos nas falcatruas para tentar o retorno do nosso dinheiro desviado.
É .... vcs acham que assim vamos chegar a algum lugar ???
Pra mim já era os meus 36 anos de investimentos ???
Só me resta é tentar diminuir meu prejuízo ...
E nem uma palavra sobre o prejuízo causado pela corrupção, desvios e investimentos fraudados como os da metalúrgica para o Janene (PP) ou o do Grupo Galileu.
Também nem uma palavra sobre correr atrás de processar dirigentes envolvidos nas falcatruas para tentar o retorno do nosso dinheiro desviado.
É .... vcs acham que assim vamos chegar a algum lugar ???
Pra mim já era os meus 36 anos de investimentos.
Só me resta é tentar diminuir meu prejuízo ...
Acho importante que todas as futuras propostas sejam feitas em bases realistas, principalmente no que se refere a meta atuarial de IPCA + 5,37%. Esta meta deve ser avaliada segundo as reais possibilidades das Aplicações componentes do Patrimônio, pois a principio parece ser otimista se considerada a atual e futura crescente queda dos juros. Assim sendo subestimando o deficit do Plano.