Gostaria muito de poder informar que há uma luz pequena e distante representando a saída. Se considerarmos o momento atual como uma corrida de obstáculos, o brasileiro tem que pular uma única barreira imensa, formada pela pandemia, por Bolsonaro, que não é preciso adjetivar, pelo neoliberal Guedes, e por fim, pelos impérios com suas forças armadas e empresas de pilhagens. Trata-se de um obstáculo gigantesco para um povo desvalido e depauperado.
O planejamento do caos foi perfeito, tendo resultado neste ano de 2020, muito ruim para os brasileiros. Planejaram até os detalhes, pois colocaram o carrasco e a pandemia juntos, com ela inibindo manifestações de repúdio às ações dele.
A política sempre foi dominada por manipuladores do povo à cata de votos, que trazem a representatividade não verdadeira. Em geral, estes são, também, ladrões de bens públicos. A sociedade, apesar de poucos profissionais abnegados, que buscam esclarecer o processo de dominação em curso, ainda está hipnotizada pelos mercadores de mentiras dos telejornais, a grande fonte de desinformação dos brasileiros. Hoje, redes sociais, com ou sem “fake news”, informam ou desinformam, dependendo do canal.
Adicione-se a tudo isso para 2021, uma inflação de 10% ao mês, um desemprego de 30% da população economicamente ativa, a crise da saúde pública, que já atinge mais de 180.000 mortos, e com as autoridades do governo aparentemente pouco interessadas em resolver a questão. Também, a insensibilidade da classe dominante é espantosa, se não for trágica.
No Congresso, políticos ávidos de mais poder, fieis ao neoliberalismo, com exceção da diminuta bancada do povo, tramam. Buscam formas de lucrar mais, mesmo sendo com a desgraça alheia. Entretanto, continuam buscando intrigar seus oponentes, com sua mídia. Esta é uma parte da receita da dominação.
Assim, o breu é total. Contudo, existe o ditado: “Não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe”, que é verdadeiro porque as gerações se sucedem e, normalmente, as novas gerações buscam partir do zero. No longo prazo, todos os vivos de hoje serão pó, inclusive os donos da empáfia.
Não arrisco prever o futuro porque é difícil e desconfio que ele é triste. Quanto a mim, continuarei lutando, até porque é o que mais faço.
Paulo Metri é conselheiro do Clube de Engenharia
Comentários
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Essa lógica de anunciar gratuidade é quase um acinte, um murro no nariz de quem só respira a teoria do valor, é uma decepção pras escolas, pras igrejas, pras universidades, pras famílias e fere de morte a saúde mercadoria, os planos espúrios e mortais de saúde, a proposta de saúde seletiva que não tem nenhum pudor de deixar os mais pobres morrerem à míngua.
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Cuba, com esse gesto, sinaliza pra um mundo em que as coisas sejam produzidas para atenderem as necessidades humanas, que as pessoas não sejam meio e sim, fim; que a vida humana tenha valor e sentido.
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Cuba segue, apesar das infinitas dificuldades, sendo essa espécie de insônia para todo e qualquer império; e é um choque de esperança ou de enigma para essa parte da América, tão secularmente espoliada, trucidada, vilipendiada.
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Avante, Cuba!
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Eu sabia que a turma dos fanatizados pelo dito mercado e pelo capitalismo – já é, podemos afirmar, caso de fundamentalismo – iriam bufar, babar de raiva. Mas, o que eu queria mesmo é, como dizem os versos do Baitaca, como “um zorrilho, inticar com a cachorrada”.
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O Sistema de Poder que domina os Estados Unidos, que os fanatizados tanto adoram, costuma mandar milhares de soldados armados até os dentes para oprimir e matar e dominar. Cuba - o “inferno socialista”, na visão deles - envia médicos, enfermeiros, remédios e vacinas.
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É de solidariedade que estou falando, meus amigos. É disso que se trata. Os cubanos levam à risca a máxima do grande José Martí: “Pátria é humanidade”.
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Já o Sistema de Poder que citei - ou Império dos EUA, como ficar melhor -, só enxerga cifrões a sua frente.
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Aldi Nestor
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A notícia que chega de Cuba é que o país se prepara para garantir vacina gratuita aos latinos americanos, no primeiro trimestre de 2021, preferencialmente àqueles dos países mais pobres, que não terão como comprar a vacina.
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É uma notícia, obviamente, assustadora, dilacerante e que deixa a humanidade engasgada, perplexa, sem saber como reagir. Como assim, com o mundo inteiro se preparando para uma orgia financeira dos laboratórios privados, para um orgasmo da bolsa de valores, vem Cuba sugerir dar de graça?
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De onde saiu Cuba pra contrariar a lei basilar do modo de produção capitalista, que transforma tudo em mercadoria: gente, sabonete, vacina; que submete toda e qualquer produção à tarefa de gerar lucro antes e acima de qualquer outra coisa?
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Continua.
E lá no piquete
Relincha o potro tordilho
Na boca da noite
Me aparece um zorrilho
Vem mijar perto de casa
Pra inticar com a cachorrada
[Baitaca]
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Sei que tem comentaristas aqui que nutrem uma adoração fanatizada pelo sistema econômico produtivo altamente deletério ao qual está submetida a grande maioria da humanidade. Por isso, esses comentaristas vão babar, bufar, miar, rosnar, de tão brabos que ficarão com o texto que vou reproduzir a seguir.
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Mas, tal qual o Baitaca, o que quero agora é inticar mesmo.
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Por que um país que tem uma população 20 vezes maior que a de Cuba, que ocupa uma área 77 vezes maior e dotado de vastíssimos recursos, muitíssimo mais rico, portanto, não produz sua própria vacina, como os cubanos o fazem?
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Por que o seu adorado Bolsonaro, aquele que prega o “Brasil acima tudo” – só incautos, inocentes ou .... podem cair nessa -, não trabalha um pouco pelo país ao invés de ficar, como um grande vendilhão da pátria, a doar nosso patrimônio e riquezas às grandes corporações capitalistas?
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Ao que tudo indica, o seu adorado governo pretende superar Fernando Henrique Cardoso no quesito entreguismo.
"A política sempre foi dominada por manipuladores do povo à cata de votos, que trazem a representatividade não verdadeira. Em geral, estes são, também, ladrões de bens públicos."
Serve para todos os governos, de antes e de agora, e de todas as ideologias e correntes políticas.
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Essa mídia não foi capaz de oferecer ao povo gaúcho um mísero debate – um, pelo menos – que abordasse os profundos e deletérios impactos que o fim da lei nos trarão. Para nossa sorte, por ora o tucano não conseguiu aprovar o tal PL para a expansão do veneno nos solos gaúchos.
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A todo momento, a mídia hegemônica, seus apresentadores e comentaristas surgem a nossa frente profundamente preocupados com a saúde e o bem-estar do povo. Pois, se esta preocupação é real, essa mídia não deveria ter feito uma forte campanha de conscientização desse mesmo povo sobre os impactos negativos do PL?
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Mais ainda, essa mídia e seus comentaristas não deveriam ter chamado o povo a pressionar, sem tréguas, os deputados da AL a não aprovarem o projeto nefasto?
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Pioneiro, o Rio Grande é o único Estado que tem essa lei em vigência. Há 38 anos, a lei aprovada estabeleceu que o agrotóxico proibido no país de origem da fabricante não poderia ser utilizado em solo gaúcho. Algo lógico, pois, se é proibido lá, por que nós deveríamos suportar o veneno aqui?
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É claro que, ao longo do tempo, para burlar a proibição, as “pessoas de bem”, do “Agro é Tudo”, deram um jeito de apelar para o contrabando oriundo do Paraguai. Mas, legalmente, pelo menos, estávamos livres desses venenos porretas.
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Pois, o governo atual, do tucano Eduardo Leite, enviou um Projeto de Lei para a Assembleia Legislativa que prevê o fim dessa proibição. Algo normal, haja vista que os tucanos governam somente em benefício dos já ricos, mi e bilionários.
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Continua.
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A mídia hegemônica sempre foi elitista e entreguista até a medula. Desde os tempos em que ainda era chamada de imprensa, essa mídia tem demonstrado não ter o mais mínimo compromisso para com o povo brasileiro e para com o nosso país.
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Quem discorda deveria buscar informações de como se comportou a grande imprensa quando Getúlio Vargas e João Goulart ousaram embalar projetos nacionais e em prol de nosso povo.
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Todos os dias, apresentadores e comentaristas aparecem a nossa frente de uma forma que deixa incautos e inocentes enternecidos e aparvalhados. Lérias. A encenação é tão grande que milhões e milhões passam a acreditar que se trata de gente profundamente preocupada com os destinos do povo e do país.
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