Agitei, em jogos do Brasil, a bandeira verde e amarela, hoje sequestrada por um grupo político. Li e reli o poema “Navio negreiro”, pela sua beleza, de autoria da linda alma chamada Castro Alves. Tem uma estrofe, que atrai também pela sua forma. Parte dela descreve nossa bandeira:
“Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança.”
Sempre achei que ser nacionalista ou ser patriota era uma declaração de amor à sociedade brasileira. Era privilegiar o que nos beneficiava, em detrimento dos demais povos de outras nacionalidades. Infelizmente, a humanidade está confinada em fronteiras e está distante a época em que ela irá formar uma única nação. Enquanto esta utopia não chega, cada liderança de uma nação com seus costumes, cultura e valores, deve proteger seus compatriotas e trabalhar pela aproximação dos povos. Assim, nenhum povo é especial e todos devem buscar se desenvolver sustentavelmente, sem agredir aos demais.
Ziguezagueando, vínhamos caminhando nesta direção, quando o inusitado, impensável e apocalíptico aconteceu. Pois, na última eleição, um governante foi eleito por nós, com alguma influência de deslizes eleitorais (divulgar notícias falsas, por exemplo), que odeia seu próprio povo. Contudo, nós o elegemos, um nosso inimigo para nos governar. Nós escolhemos o caminho da perseguição às mulheres, aos negros e pardos, àqueles que não são heterossexuais, aos índios, aos pobres e mendigos, aos democratas, aos de esquerda, enfim, a muitos que também fazem parte da sociedade.
O eleito pela população brasileira, com declarações claras antes da eleição da aberração que representava, significou a permissão democrática da entrada do fascismo no país, a submissão humilhante à nação hegemônica, a aprovação das medidas antissociais que estão sendo tomadas e a reverência ao obscurantismo (terra plana, por exemplo).
Desta forma, o brasileiro cordial de Buarque de Holanda, conceito que podia ser verdadeiro no passado, pelo menos na superfície, hoje, nem nesta existe mais. Incentiva-se a morte dos adversários, benefícios sociais do povo são retirados, demite-se para aumentar o lucro dos donos do capital, sem se importar com a desgraça que o desemprego traz, e diminui-se a proteção previdenciária e de saúde da sociedade. Há cortes também na educação e na C&T. Não há cordialidade nas ações atuais. O ódio e a agressividade foram implantados ou despertados em muitos de nós.
Darcy Ribeiro nos diz: “Estamos nos construindo na luta para florescer amanhã como uma nova civilização, mestiça e tropical, orgulhosa de si mesma. Mais alegre, porque mais sofrida. Melhor, porque incorpora em si mais humanidades. Mais generosa, porque aberta a convivência com todas as raças e todas as culturas e porque assentada na mais bela e luminosa província da terra.”
Após o infortúnio da última escolha para presidente, sou obrigado a discordar de Darcy. O atual povo brasileiro não tem incorporado em si mais humanidades. Não é mais generoso e não é aberto a conviver com outras raças.
Refugio-me na parte restante da estrofe citada do poema de Castro Alves:
“Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!”
Castro Alves lembrou, neste trecho, que a bandeira brasileira servia ao grupo que trazia a morte e a desgraça para os negros trazidos a força da África. Hoje, pode-se dizer que ela serve aos que estão no poder e providenciam a morte prematura e sofrimentos adicionais aos pobres e miseráveis, negros, mulheres, gays, lésbicas, democratas, pessoas de esquerda e demais perseguidos pelos poderosos.
Comentários
Vocês são patéticos.
Só não são mais ridículos por falta de espaço.
Não vou ficar mais perdendo tempo com dois seres nojentos.
Não se surpreenda; esses 02 indivíduos, a um dos quais você se referiu, vivem aí, diuturna e estupidamente, manifestando-se em favor do oligofrênico et matula que ora conduzem os destinos deste país com a cartilha, em idioma forâneo, diante dos olhos (escrita pelo poder financeiro internacional e satânico, o qual dita a países submissos, desgraçadamente como o nosso, o que devem fazer). Não passam de réplicas de outro mentecapto, o tal de Olavo, o astrólogo "terraplanista" que é guru do boçal que se diz a frente dos atuais stati político e econômico, patéticos, que aqui se vem vivendo ... . Tragédia primeira: essa patogenia ter sido eleita pelo livre arbítrio da maioria dos votantes ... .
E depois se queixa de que não é levado à sério.
Este tal de Roldão sempre foi um neoliberalzinho de merda. Adora escrever uma carta com as bobagens de sempre.
A gente não pde se importar com esse bando de esquerdopatas marxistas tupiniquins...
Você se guia pelo "senso comum". O senso comum é baseado em crenças, em premissas assumidas sem comprovação, por observação de fenômenos dos quais não se compreendeu corretamente e daí se tirou conclusão errada. É a antítese do senso crítico, baseado em conhecimento científico.
Pelo senso comum, gato preto dá azar, cortar o cabelo na lua crescente evita queda de cabelo, o sol gira em torno da terra e a terra é plana!
Eis a razão para suas declarações ridículas de que neoliberal é um "coluna do meio" e de que só na cabeça dos socialistas existe dicotomia de direita e esquerda. Pelo visto faltou às aulas de história e filosofia no 2° grau, e o currículo da AMAN não incluiu nada nestas 2 disciplinas.
Quanto a comentários fascistas, o senhor já fez inúmeros, defendendo autoritarismo, defensores de torturadores (Bozo) e utilizando seu clássico "Brasil über allen" nazista (banido até na Alemanha).
Colocou esse comuna no seu devido lugar!!!
O "Detschland uber alles" é do hino original alemão, composto em 1841 sobre uma elodia (o quarteto do Imperador) de Joseph Haydn composto em 1792.
Após a I WW, o partido nazista se adonou do brado, que ficou de tal forma lifgado aos nazistas a ponto de a Alemanha banir a frase do seu próprio hino nos anos depois da II WW. Cantar esta estrofe por lá é uma gafe imperdoável.
Pode até ser coincidência sua referência ao brado de Guararapes, mas esta frase teria se mantido restrita aos ambientes militares não fosse o fato de estarmos em plena onda de ultra direitismo, fascista, grassando por todo lado e que para todo o resto do mundo, é um bordão emblemático do nazismo.
Uma palavra ao Pimenta: não precisa retrucar cada comentário com suas criancices, Pimenta. Todos nós já entendemos que vc é um idiota.
Tem muita gente, de esquerda e de direita, falando merda para provocar temores e angariar votos. A direita, no caso, foi mais feliz do que a esquerda, se é que se pode elogiar tal competência.
Quanto ao papel dos EUA em "protege[r] o nosso subcontinente das ditaduras tirânicas", refresco sua memória de todas as ditaduras latino americanas patrocinadas pelos EUA nos anos 60 e 70. Defensores do mundo livre e da democracia....aham, sei. Geopolítica Golberi pura!
Preferes o senso comum ao senso crítico para não se estressar? E eu que sou o covarde...
Lógico, militares não são doutrinados para ter senso crítico, são para obedecer. Ponto! Pode ser muito natural para um militar, mas é intolerável para um civil, a menos que ele concorde em viver num estado formigueiro.
Senso comum é o que move a massa olavistas.
E o senhor fala com anônimos sim, ou não fala com o Pimenta?
E ademais, critiquei seu ataque ridículo ao Darcy ribeiro e Ariano Suassuna, além do seu conceito vesgo sobre neoliberalismo e a dicotomia entre esquerda e direita. Não teci uma vírgula de crítica a sua opinião contra o autor do artigo. Sua opinião é sua. Todo este seu palavrório acima mirou o foco errado.
Tática interessante, rebate sobre o que eu não falei para tentar desmontar meu argumento sem tocar no que eu falei.
E francamente, nenhum dos dois sequer chegou perto de falar a quantidade de merda que o Bolsonaro já falou só neste primeiro ano de governo (que nem se completou ainda).
Mas vindo de você, Roldão, que frequentou o mesmo ambiente na AMAN que gerou o seu ídolo capitão expulso do Exército, não causa nenhum espanto seu comentário desdenhoso ("irônico e bem humorado", segundo sua própria definição) a um cassado pela sua "gloriosa" de 1964, como foi o Darcy Ribeiro.
Definitivamente, não dá mesmo para te levar à sério.