A comissão de Assuntos Econômicos (CAE), do Senado, pretende agendar, ainda este ano, audiência pública com a presidente da Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão (Anapar), Cláudia Ricaldoni, e com Carlos de Paul, da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) para tratar do suposto aparelhamento político que estaria levando os fundos de pensão a investir em negócios suspeitos devido à atuação de grupo apelidado de “Clube do Amém”.
Nesta terça-feira (25), o jornal O Globo publicou matéria informando que já existem grupos de funcionários de estatais se mobilizando para barrar a suposta coordenação política sobre investimentos e a ação de sindicalistas.
Petros, Previ e Funcef negaram tal influência na tomada de decisões, mas os fundos com maior participação de pessoas independentes têm apresentado melhor resultado.
“Os conselheiros eleitos da Petros, exceto o representante da FUP, vêm, há 11 anos, questionando a atuação da diretoria e reprovando as contas da Fundação. Entre outros motivos, pelos investimentos duvidosos, que têm levado prejuízo ao patrimônio dos participantes”, esclarece o vice-presidente da AEPET, Fernando Siqueira. Ele informa que várias denúncias foram feitas aos órgãos reguladores, como CVM, Previc, e até ao Ministério Público, sem que resultassem em apuração ou providências saneadoras.
“Numa das reuniões com a SPC, atual Previc, o seu diretor, senhor Paixão, pressionado para tomar providências, ameaçou: - vou investigar é a atuação de vocês conselheiros. E cumpriu, tendo feito uma notificação aos conselheiros, que durou quatro anos, e a manteve, até que, reunido o seu conselho, considerou-a improcedente”, lembra Siqueira.
O vice presidente da AEPET acrescenta que, dos seis conselheiros notificados, o único que não teve advogado pago pela Petros foi ele, que era o alvo principal por ser o mais contestador das ações da diretoria.